16 agosto, 2007


John McLane está de volta em Duro de Matar 4.0

Com a estréia de Duro de Matar 4.0 nos cinemas no último dia 3 de agosto e numa banca de vendas de dvds piratas mais próxima de você, também acaba de ser lançado pack especial com os três filmes e mais um dvd com muitos extras inclusive com material sobre o novo longa metragem dirigido por Len Wiseman (Anjos da Noite) com roteiro de Mark Bomback.

Infelizmente e inexplicavelmente Duro de Matar 4.0 não foi exibido nos cinemas de Porto Velho. Por isso tivemos de recorrer a uma cópia pirata emprestada por uma amiga que pegou de uma amiga de uma prima que pegou emprestado de um amigo que eu não sei quem é. Mas o que importa é que finalmente pudemos assistir ao filme. Quero deixar clara a minha frustração por não ter assistido Duro de Matar 4.0 como deveria ser assistido, ou seja, no cinema.

O longa metragem marca o retorno de Bruce Willis na pele do policial John McLane cuja última aparição nas telas de cinema aconteceu em 1995 em Duro de Matar – A vingança, dirigido por John McTierman, o diretor do filme original de 1988. O elenco conta ainda com Timothy Olyphant (Turistas) que interpreta o vilão da história, Thomas Gabriel. Assistindo a atuação de Timothy dá saudade do terrorista Hans Gruber vivido brilhantemente por Alan Rickman.

Assim como nos filmes anteriores McLane não está sozinho. Desta vez ele conta com Matt Farrell (Justin Long, de Galaxy Quest, Olhos Famintos) jovem hacker que John foi escalado para proteger, mas que acaba ajudando o policial a salvar sua filha Lucy (Mary Elizabeth Winstead, de Premonição 3) seqüestrada pelos bandidos para fazer McLane cooperar. Destaque também para Kevin Smith, diretor e roteirista de filmes como Dogma e Barrados no shopping, que interpreta um hacker paranóico chamado Warlock.

Depois do apenas interessante Duro de Matar – A vingança, realizado em 1995 parecia que nunca mais veríamos outro filme protagonizado por John McLane. Passados doze anos eis que Bruce Willis está de volta em Duro de Matar 4.0 dirigido por Len Wiseman que mostrou que sabe mesmo como dirigir filmes de ação. Afinal de contas o personagem McLane é um ícone do cinema de ação do final dos anos 80 e como Willis sempre declarou que somente voltaria a interpretar o policial se surgisse um roteiro que realmente valesse a pena ser produzido e um diretor disposto a encarar a missão.

Como aconteceu com Rock Balboa, que teve seu auge nos anos 70 quando Rock, um lutador levou para casa seu Oscar de Melhor filme de 1976, Sylvester Stalone revisitou este ano o personagem que o consagrou. Em breve quem volta às telas para uma nova aventura é ninguém menos que Indiana Jones, mais uma vez na pele de Harrison Ford, que há muito tempo não emplaca nenhum sucesso de bilheteria, e tendo na direção, claro, Steven Spielberg. Evidentemente os produtores pensaram que John McLane não poderia ficar de fora. Daí nasceu Duro de Matar 4.0.

O filme é ação do começo ao fim e que não irá decepcionar aos fãs da série. John McLane continua fazendo que sabe de melhor – fazer ironias diante do perigo e despachar bandidos desta para melhor. Len Wiseman optou acertadamente em não adequar o personagem aos tempos atuais e manteve John McLane como nos filmes anteriores. A única diferença é que John não diz mais tantos palavrões como antes, mas isso não atrapalha nem um pouco.

Duro de Matar – Um retrospecto

John McLane é um policial de Los Angeles que está sempre na hora errada e também no errado. O personagem surgiu no conto policial “Nothing lasts forever” do roteirista Roderick Thorpe. Joel Silver ao ler a história percebeu o potencia do personagem. No conto McLane e seu filho ficam presos num prédio a mercê de terroristas que o policial precisa enfrentar para salvar-se e também ao filho. Na adaptação para o cinema, McLane é um policial de Nova York, casado, dois filhos e a beira do divórcio com sua mulher Holly, vivida nos dois primeiros longas da série, por Bonnie Bedelia.

Bruce Willis foi escalado para interpretar John McLane. A escolha causou espanto, pois o ator vinha de pequenos papéis em séries como Miami Vice e começava a fazer sucesso na série “A gata e o rato” onde contracenava com Cybil Sheppard, a estrela da série. No entanto Willis com seu carisma acabou por chamar mais atenção que Cybil que não gostou nem um pouco de passar de estrela à coadjuvante. Por isso, ela passou a tratar mal Willis que ironicamente alcançaria o estrelato no cinema enquanto Cybil teve de se conformar ao ostracismo após o cancelamento de “A gata e o rato”.

A direção de Duro de Matar (1988) ficou com John McTierman (Caçada ao Outubro Vermelho). O primeiro filme certamente ainda é o melhor da série, inclusive o vilão Han Gruber vivido pelo ator inglês Alan Rickman, acabou por se tornar o vilão mais expressivo entre tantos que McLane teve de enfrentar nos quatro filmes Duro de Matar.

Outro vilão de destaque de Duro de Matar foi o terrorista Karl interpretado pelo ex-dançarino Alexander Godunov (A Testemunha). McLane deu muita dor de cabeça a este e outros terroristas que invadiram, numa noite de natal, o edifício Nakatomi Plaza fazendo de reféns executivos e funcionários que participam de uma festa promovida pelo presidente do grupo. Entre estas pessoas está a então ex-mulher de McLane, Holly Genaro.

John McLane está no banheiro se lavando quando ouve tiros, gritos e correrias. McLane, pés descalços, armado apenas com uma pistola age rápido e pouco a pouco consegue neutralizar alguns bandidos e causando muitas baixas do grupo de terroristas. O primeiro que o policial enfrenta é o irmão de Karl, que leva a pior ao rolar por uma escada, quebrando o pescoço.

No lado de fora do Nakatomi, John tem apenas contato com o policial Al Powell (Rejinald Veljohnson) que conversa com ele através do rádio do seu carro patrulha que minutos antes foi destruído por tiros disparados pelos terroristas. Os problemas de John McLane estão apenas começando.

Um diretor especialista em filmar cenas em lugares apertados e de rechear o filme com ação ininterrupta (McTierman). Violência e tiroteios. Vilão malvado a ter dizer chega (Rickman). Um policial cheio de ironias, mas pronto para acabar com a festa dos terroristas (Willis) garantiram o sucesso de Duro de Matar, que elevaria a carreira de Bruce Willis ao estrelato.

Dois anos depois estreava a inevitável seqüência - Duro de Matar 2 (1990). Desta vez a direção ficou nas mãos de Renny Harlin (Risco Total), aqui ainda em boa forma para filmes de ação. Talento que até o final dos anos 90 estaria perdido graças ao seu ego e de sua então mulher, Geena Davis, que o fez embarcar em bombas como A Ilha da Garganta Profunda (em tempo de pré-Piratas do Caribe). Resultado – a carreira de ambos entrou em decadência.

Voltando a Duro de Matar 2. Desta vez John McLane está em um aeroporto de Dulles à espera do avião onde sua mulher Holly viaja (eles fizeram as pazes no final do primeiro filme). Enquanto o general chamado Esperanza (Franco Nero) acaba de ser extraditado e também está chegando ao mesmo aeroporto. Claro que mais uma vez o natal de John McLane não vai ser normal como o de outras pessoas.

Enquanto no primeiro Duro de Matar, McLane enfrentou terroristas agora em Duro de Matar 2, o policial encara ex-militares e mercenários altamente treinados sob o comando do coronel Stuart (William Sadler) que querem a todo custo resgatar general Esperanza mesmo que para isso tenham de destruir o aeroporto. Porém eles não contavam com John McLane.

Apesar de ser inferior ao original, este Duro de Matar 2 acabou faturando muitos milhões como se previa (particularmente gosto muito dos dois filmes) então uma nova seqüência passou a ser planejada. Em 1995 chega às telas de todo o mundo Duro de Matar – A vingança com John McTierman que retorna à direção. Mais uma vez Bruce Willis interpreta John McLane que desta vez tem de enfrentar um terrorista que explode a cidade para roubar a reserva federal dos Estados Unidos.

Tardiamente McLane descobre é que o tal terrorista é ninguém menos que Simon Gruber (Jeremy Irons, de Gêmeos – Mórbida semelhança), irmão de Hans Gruber (Alan Rickman) que John matou no primeiro filme, e que quer se vingar pela morte do irmão. Claro que roubar milhões em ouro também faz parte dos planos. Jeremy Irons até que se esforça, mas apesar de ser um bom ator, não tem carisma suficiente para o papel e mais uma vez um vilão da série deixa a desejar.

Como é de praxe nos filmes Duro de Matar, John McLane não pode fazer tudo sozinho e sempre tem alguém para ajudar. Em Duro de Matar, John recebe uma mão do policial Al Powell, que apesar do trauma de ter matado um adolescente, consegue sacar sua arma para salvar John e a esposa. Na seqüência, Duro de Matar 2, quem ajuda o policial é o supervisor técnico da torre de controle do aeroporto de Dulles, Leslie Barnes interpretado pelo veterano Art Evans. Já em Duro de Matar – A vingança quem entra em cena é ninguém menos que Samuel L. Jackson como Zeus que, por salvar o policial passa a ser alvo de Simon Gruber. Claro que no novo filme não poderia ser de diferente. A principio o policial salva a pele do hacker ameaçado de morte, Matt Farrell (Justin Long) e que no decorrer da trama passa a ajudar John a enfrentar os bandidos.

Curiosamente nos três primeiros filmes da série, John McLane sempre teve como partner personagens vividos por atores negros sendo a única exceção em Duro de Matar 4.0.

Escrever sobre Duro de Matar e esquecer de mencionar Richard Thornburg seria quase uma heresia. Vivido pelo ator William Atherton em Duro de Matar 1 e 2, Thornburg é o repórter de televisão que por duas vezes coloca a vida da família de John em perigo. Thornburg é um profissional sensacionalista e mau caráter que faz de tudo para conseguir um furo jornalístico. No entanto ele acaba se dando sempre mal. Em Duro de Matar acaba sendo esmurrado por Holly McLane e em Duro de Matar 2, leva um choque dado por ninguém menos que Holly. Bem feito.

Humberto Oliveira

ASSISTA AO TRAILER DE DURO DE MATAR 4.0

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