02 abril, 2007


300 o épico de Frank Miller que chega a Porto Velho em estréia nacional

Quem assistiu ao filme Sin City, a cidade do pecado, dirigido por Robert Rodriguez e Frank Miller, baseado na graphic novels deste, e se surpreendeu, certamente irá gostar do novo, violento e sanguinolento, 300, inspirado na obra de Miller e Lynn Varley, com direção de Zack Snyder, que estreou no cinema, dirigindo Madrugada dos Mortos, refilmagem do clássico de terror de George Romero.

Snyder, fã confesso de quadrinhos, fez questão de manter a fidelidade à obra de Frank Miller, inclusive utilizando muitos diálogos originais. Para reproduzir a Grécia Antiga, o cineasta contou com a mais alta tecnologia computadorizada, gravou todas as cenas em estúdio e telas azuis e verdes, para que os cenários fossem acrescentados na pós-produção, o que exigiu muita concentração dos atores, isso sem falar na preparação quase espartana dos atores para que seus corpos trabalhados e fossem mostrados na tela como os Espartanos reais. 300, estrelado por Gerard Butler, como Leônidas, rei de Esparta, deixa filmes similares como Tróia, de Wolfgang Petersen, Alexandre, de Oliver Stone e até mesmo, o oscarizado, Gladiador, de Ridley Scott, no chinelo.

O enredo, tanto da graphic novels quanto do longa-metragem 300, é baseado em fatos históricos ocorridos no ano 480 a.C, quando o rei de Esparta, Leônidas, reuniu um pequeno exército de trezentos homens para enfrentar os invasores Persas, liderado por Xerxes, (vivido no filme por um quase irreconhecível Rodrigo Santoro). Os Espartanos enfrentaram constantes e cada vez mais violentos ataques dos Persas, que haviam subjugado violentamente cidades como Trácia, Macedônia e Tessália . A batalha ficou conhecida como A Batalha dos Termópilas, que foi imortalizada por historiadores, escritores, poetas e agora em nova versão para o cinema, pois a mesma história havia sido levada às telas pela primeira vez em 1962, dirigida Rude Mate e estrelada por Richard Egan. (disponível em dvd pela Classicline).

300 exibe cenas violentas do começo ao fim. O cineasta Zack Snyder encheu sua versão com efeitos especiais incríveis, que traduzem perfeitamente em imagens impregnadas de som, fúria, batalhas, sangue e sexo, regados a muito rock roll na trilha sonora. Isso sem esquecer de mencionar, roteiro bem escrito, bons diálogos, repletos de ironia, e claro, filosofia, porém sem muita pose. Trocando em miúdos: 300 é uma experiência visual fascinante.

Um dos momentos memoráveis de 300, que define todo o filme, acontece quando, Leônidas à frente de seu exército, se depara com um aliado que se surpreende com a quantidade de homens que o Rei leva para enfrentar os Persas, comparando com seu exército, que milhares de homens. Então Leônidas pergunta qual a profissão de alguns homens que integram o numeroso batalhão, respondendo que são ferreiros, artesãos, pessoas comuns. Então Leônidas sorri, vira-se para seus homens e também lhes faz a mesma pergunta, os espartanos gritam – Soldados. Leônidas olha para o amigo e irônico lhe diz – então estou levando mais soldados que você. E segue. Daí para frente à ação não pára e muito sangue jorra quase que no rosto do espectador.

Nos quadrinhos, a trama é centrada apenas na batalha entre os Espartanos e Persas, mas para o filme, Snyder optou por acrescentar uma trama paralela envolvendo a rainha Grogo. Enquanto Leônidas e seus 300 lutam para barrar o exército gigante comandado por Xerxes, Grogo tenta convencer o Conselho de Esparta a enviar seu exército para ajudar o rei Leônidas.

Zack Snyder tomou mesmo gosto e irá dirigir outra esperada adaptação de mais uma história em quadrinhos, Watchmen, dos cultuados Alan Moore e Dave Gibbons. Quanto a 300, a imprensa mundial criticou o filme, dizendo que o diretor fez uma “apologia da guerra”. No meu ponto de vista, parece que eles não perceberam que 300 é um filme sobre a guerra entre os conquistadores Persas e os disciplinados Espartanos, que nasciam, cresciam e viviam para treinar e ser um soldado, ou melhor uma arma de guerra, e morriam com honra nos campos de batalhas. Pior que a realidade não pode ser.

Elenco

Podemos dividir a carreira de Gerard Butler em duas fases distintas: a primeira pela sua participação em filmes inexpressivos como, Drácula 2000, Reino de Fogo, co-estrelado por Christian Bale, Lara Croft, origem da vida, e a ficção científica sem pé nem cabeça, Linha do tempo, dirigida por um Richard Donner no piloto automático, isso sem falar no musical, Fantasma da Ópera; e a segunda fase, a partir e depois de 300. O resto é história.

Além da presença magnética de Gerard Butler, o elenco conta também com o talento de Rodrigo Santoro, que conquista cada vez mais espaço em Hollywood, e merecidamente, apesar da má vontade de alguns invejosos de plantão; outro destaque é o ator David Wenham (Senhor dos Anéis, o retorno do rei, Van Helsing, o caçador de monstros), que interpreta Dílios, narrador dos acontecimentos. E claro, a bela e talentosa, Lena Headey, presença marcante no filme como Grogo, rainha de Esparta e mulher de Leônidas. Lena atuou nos filmes Irmãos Griim e Possessão, e está escalada para interpretar Sarah Connor, no seriado, Crônicas de Sara Connor, que contará a história da mãe de John Connor, da franquia O Exterminador do Futuro.
Humberto Oliveira

Serviço

300 estreou sexta-feira (30 de marçoa) e está em cartaz no Cine Veneza
De segunda à sexta, sessões às 19h00 e 21h30
Sábado e domingo, sessões às 17h00 (meia entrada para todos), 19h00 e 21h30.
Inteira – R$ 10,00
Meia – R$ 5,00