11 julho, 2007

O melhor do cinema de Howard Hawks em dvd para colecionador

Em 1952 o cineasta Fred Zinnerman (A um passo da eternidade) dirigiu Matar ou morrer onde Gary Cooper interpreta o xerife Will Kane, que no dia de seu casamento recebe a notícia de que um bandido que prendera anos antes, Frank Miller estaria de volta para um acerto de contas. Kane então pede ajuda a população que com medo lhe dá as costas. No final o xerife tendo apenas a ajuda de sua noiva (Grace Kelly) vence seus inimigos e encarando as pessoas que lhe negaram auxilio, joga sua estrela no chão e parte da cidade.

Howard Hawks sempre achou um absurdo um xerife ter de pedir ajuda da população que ele como homem da lei deveria proteger. Então em resposta ao filme do colega, Hawks realizou em 1959 o que chamou de resposta a Matar ou morrer - o também clássico Onde começa o inferno (Rio Bravo) estrelado por John Wayne (alter-ego de John Ford em filmes como No tempo das diligências, O Homem que matou o facínora, Rastros de ódio, entre outros) que interpreta o xerife John T. Chance que faz exatamente o contrário do xerife Kane. Chance recusa a ajuda oferecida por entender que aquela é a sua função como xerife.

Agora os fãs de bons westerns e amantes do cinema podem ver ou rever Onde começa o inferno remasterizado em edição especial com dois dvds, um deles trazendo entre o material extra, o ótimo documentário, narrado por Sidney Pollack e apresentado pelo próprio Hawks - Os homens que fizeram o cinema: Howard Hawks.

Quando Joe Burdette assassina um homem desarmado acaba sendo preso pelo xerife John T. Chance (John Wayne). Mas o irmão mais velho, o fazendeiro Nathan Burdette manda que seus pistoleiros cerquem a cidade para libertar seu irmão, porém Chance irá enfrentá-los mantendo Joe preso até a chegada de um delegado federal. Para ajudá-lo, Chance conta apenas com um velho aleijado, Stampy (Walter Brennan); um bêbado em recuperação, Dude (Dean Martin). Chance recusa a ajuda de um amigo, Ward Bond que acaba sendo morto a tiros na rua. Com sua morte, o jovem pistoleiro Colorado (Ricky Nelson) passa a fazer parte do grupo que guarda a cadeia. Neste ínterim uma bela e jovem jogadora chama a atenção de Chance.


Esta é basicamente a história desenvolvida pelo diretor Howard Hawks em Onde começa o inferno. Como em todos os seus filmes os heróis não são super-homens, mas sim pessoas comuns. Homens que têm medo, que falham, mas que não desistem de enfrentar seus inimigos lutando para reconquistar seu espaço mesmo que isso demore. Outro ponto interessante é exatamente o medo que seus heróis têm das mulheres. Em Onde começa o inferno pudemos ver isso no receio que Chance sente de se envolver com a personagem vivida por Angie Dickinson visivelmente atraída pro ele.

Assistir pela primeira vez ou rever Onde começa o inferno é uma delícia. O filme, além da ação que não pode faltar de jeito nenhum em produções do gênero, ainda oferece momentos antológicos como a cena em que Dude, Colorado e Stampy cantam juntos na delegacia. Ou quando Chance e Dude encurralam um suspeito que entrou num bar. Quando parece que Dude vai ser desacreditado ele percebe que o bandido está escondido no sotão e atira nele. A presença luminosa de Angie Dickinson no auge de sua beleza. As dscussões entre Chance e Stampy vivido pelo eterno coadjuvante, um dos mais premiados em Hollywood com três Oscar nesta categoria, Walter Brennan.

Hawks, nascido em 1896 (um ano depois da invenção do cinema) iniciou sua carreira em 1922, como roteirista. Três anos depois estréia como diretor com o filme Caminho para glória (1925), porém somente com Scarface, a vergonha de uma nação (1932), Hawks conquistaria a celebridade. Em sua longa carreira este cineasta realizou filmes dos mais variados gêneros: ficção cientifica (O Monstro do Ártico), comédia (O inventor da mocidade, Bola de fogo), aventura (Hatari), comédia musical (Os homens preferem as louras), westerns (Rio Vermelho, Onde começa o inferno, El Dorado), noir (À beira do abismo), gângster (Scarface).

Três westerns de Hawks exploram os caminhos privilegiados do gênero: A condução de uma manada de gado (Rio Vermelho), a ação de contrabandistas de peles que agem nas terras dos índios (Rio da Aventura) e o xerife durão que restabelece a ordem numa cidade dominada por bandidos (Onde começa o inferno).

Dos grande realizadores americanos Howard Hawks, falecido em 1977, foi quem despertou o maior número de comentários, análises e interpretações. No entanto Hawks está bem acompanhado de outros grandes cineastas como John Ford, Raoul Wash e William Wellman.

Filmografia básica de Howard Hawks

Scarface – a vergonha de uma nação (1932) *
Paul Muni, George Raft.

Sargento York (1941) – Oscar de Melhor Ator para Cooper
Gary Cooper, Walter Brennan

Bola de fogo (1943) – Roteiro de Billy Wilder e Charles Brackter
Gary Cooper, Bárbara Stanwyck.

À beira do abismo (1946)* – Roteiro de William Faulkner baseado no romance de Raymond Chandler.
Humphrey Bogart, Lauren Bacall.

Rio Vermelho (1948) *- Filme de estréia de Montgomery Clift
John Wayne, Montgomery Clift

Os homens preferem as louras (1953)*
Marilyn Monroe, Jane Russel

Terra dos Faraós (1953)
Jack Hawkins, Joan Collins

Onde começa o inferno (Rio Bravo, 1959)* – John Wayne, Dean Martin, Ricky Nelson, Angie Dickinson, Walter Brennan e Ward Bond. Onde começa o inferno foi refilmado pelo próprio Hawks em 1969 com o título El Dorado, com John Wayne, Robert Mitchum e James Caan.

Em 1970 Hawks dirigiu seu ultimo filme, um western, Rio Lobo protagonizado por John Wayne.
*indica os filmes de Hawks disponíveis em dvd
Humberto Oliveira

10 julho, 2007

ALMANAQUE


ERA UMA VEZ UM CINEMA...

Era uma vez um cinema que não tinha apenas o lucro como mola mestra de sua realização. Claro que não estou querendo afirmar que os produtores do período áureo de Hollywood também não pensassem em lucro. Nada disso. Acontece que era um outro tempo bem diferente do que acontece atualmente com as chamadas “superproduções”, feitas basicamente de efeitos especiais onde são gastos milhões; atores e atrizes que contracenam para seres imaginários e fundos verdes ou azuis; diretores preocupados muito mais com o penteado do mocinho ou se o número de tiros e explosões é suficiente para ensurdecer a platéia desviando assim sua atenção dos furos do filme que estão assistindo; e pior ainda, filme este escrito por um roteirista engessado por uma fórmula gasta e repetitiva, mas que o público adora.

Claro que para cinéfilos inveterados como eu o advento do dvd veio nos salvar com o lançamento de clássicos. No entanto quero deixar claro que também aprecio muitos filmes atuais, que inclusive alguns fazem parte da minha coleção. Por exemplo o ótimo 300 (que mesmo feito com fundo azul e verde, tem uma história para contar), Homem Aranha 1 e 2 (o terceiro foi uma decepção, mesmo rendendo milhões para seus produtores). Outra detalhe que quero esclarecer é que não sou contra efeitos especiais. Sou contra o uso excessivo com o intuito apenas de ludibriar o público com produções caça-níqueis como a segunda trilogia Star Wars de George Lucas (péssimo diretor), os dois primeiros são absolutamente descartáveis e desnecessáiro. O terceiro (Vingança do Sith) ainda é o menos ruim (por sinal o único que tenho em casa).

O caro leitor pode ter certeza que se eu tiver de optar entre ir ao cinema para assistir um filme como Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (filme que vi no cinema e que decepciona como cinema e como superprodução) ou ficar em casa revendo clássicos como Rastros de ódio de John Ford ou A felidade não se compra, dirigido por Frank Capra. Certamente preferio a segunda opção. Como atualmente os cinemas não exibem filmes clássicos como os citados então que opção nós temos senão rezar para que mesmo um filme cheio de efeitos especiais seja bom o suficiente para valer o preço tão caro do ingresso!

Os chamados “gênios do sistema” como Louis B.Mayer (Metro), Zanuck (Fox) entre tantos outros que construíram a Hollywood que presenteou o público com grandes filmes como E o vento levou...; Casablanca; Vinhas da ira; Como era verde o meu vale; No tempo das diligências; A Malvada; O Mágico de Oz; A Felicidade não se compra, Cantando na chuva, As aventuras de Robin Hood. Época de diretores como John Ford; Raoul Walsh; Victor Fleming; Michael Curtiz; Billy Wilder; Richard Brooks; e de astros como Clark Gable; Carole Lombard; Leslie Howard; Humphrey Bogart; Tyrone Power; Betty Davis, Marlon Brando, Susan Hayward; Rita Hayward; Gary Cooper; Edward G. Robinson; James Cagney; Ava Gardner; Gene Kelly; Gary Grant e tantos outros nomes que fazem parte de uma lista enorme que não caberiam neste espaço.

Por isso a minha satisfação em escrever sobre dois clássicos imperdíveis que agora temos a oportunidade de ver ou rever em DVD. São eles, A Embriaguez do Sucesso (Sweet Smell of Success) dirigido por Alexander MacKendrick em 1957, e Pacto de Sangue (Double Indemnity) filme noir realizado por Billy Wilder em 1944. O primeiro é uma crítica contundente e um retrato amargo do poder manipulador da imprensa, enquanto que o segundo mostra as baixezas de um homem que cai nas malhas de uma mulher ambiciosa e consequentemente fatal. Em ambos o percebemos o melhor do cinema das décadas de 40 e 50, época em que o cinema era inteligente em todos os sentidos, seja visual, artístico, interpretativo e em termos de direção e roteiro.

O SUCESSO A QUALQUER PREÇO

A EMBRIAGUEZ DO SUCESSO mostra o que acontece quando um jornalista impiedoso e um cínico assessor de imprensa se unem. J.J. Hunsecker, vivido brilhantemente por Burt Lancaster em um de suas melhores atuações no cinema, é um jornalista que destrói reputações e carreiras, principalmente de políticos e colunistas rivais. Mas J.J. tem um discípulo, o assessor de imprensa Sidney Falco (Tony Curtis) também capaz de tudo para alcançar seus objetivos e que quer a todo custo agradar aquele a quem considera seu “mestre”.

A EMBRIAGUEZ DO SUCESSO é um dos mais poderosos filmes realizados tendo como personagem principal um jornalista. A crueza dos diálogos e a forma brutal como o veterano colunista J.J. Hunsecker ataca seus adversários e seja quem cruze seu caminho são os grandes atrativos desta irresistível e fascinante trama envolvendo ambição, sucesso a qualquer preço, intriga e corrupção. Mesmo tendo sido realizado há 50 anos, o tema abordado neste filme continua atual. Devemos destacar, além das atuações de Lancaster e Curtis a direção segura de Alexander MacKendrick que tem neste filme o ponto máximo de sua carreira.


CLÁSSICO NOIR POR EXCELÊNCIA


Segundo o escritor A. C. Gomes de Mattos, autor do livro “O outro lado da noite – Filme Noir”, a expressão “film noir” foi criada pelos críticos franceses do período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial para designar um grupo de filmes criminais americanos a partir dos anos 40, com certos elementos, particularidades temáticas e visuais que os distinguiam daqueles feitos antes da Guerra. Podemos afirmar ainda que o “cinema noir” possui sua gênese dos livros de literatura pulp fiction ou hard boiled dos anos 30 e 40. Histórias de detetives escritas por James M. Cain, Raymond Chandler e Dashiell Hammett entre outros. Outra afirmação é que a junção de elementos de filmes policiais b e de gângster também serviram de raiz para o filme noir.

Assim como o Western precisa de um mocinho que duela no final com o vilão (Matar ou morrer), ou resgata a mocinha das mãos de índios assassinos (Rastros de ódio), o filme noir possui elementos distintos como a narração em off e o uso do flashback; a mulher fatal, um homem disposto a cometer um crime influenciado por esta mulher ou por dinheiro, e invariavelmente, o filme noir tem sempre um desfecho trágico.

Exemplos bem sucedidos do gênero, Relíquia macabra (1941), de John Huston; Laura (1944), de Otto Preminger e aquele que muitos críticos consideram a obra prima do gênero – Pacto de Sangue (Double Indemnity), dirigido em 1944 por Billy Wilder, com roteiro baseado na obra de um ícone da literatura policial - James Cain. O roteiro de Pacto de Sangue tem a assinatura de Wilder e de ninguém menos que Raymond Chandler.

Pacto de Sangue, um dos maiores clássicos de Hollywood, considerado o melhor filme noir de todos os tempos acaba de ser lançado em dvd sob licença da Universal Pictures numa versão restaurada. Este DVD traz como ótimo atrativo o documentário inédito - Sombras do Suspense com 37 minutos de duração.


A trama mostra o envolvimento do agente de seguros Walter Neff (Fred MacMurray) com a atraente, e casada Phyllis Dietrichson (Bárbara Stanwyck). Phyllis convence Neff a elaborar um plano para assassinar seu marido, depois desse fazer um seguro de acidente pessoal. O objetivo é ficar com o dinheiro do seguro. Mas o plano não sai exatamente como planejado levando a um desfecho trágico e surpreendente.

Indicado a sete Oscar, incluindo melhor filme e atriz; Pacto de Sangue tem inúmeras qualidades, como o excelente roteiro do escritor Raymond Chandler (À Beira do Abismo), a femme fatale vivida por Bárbara Stanwyck, o cinismo de Fred MacMurray, a presença de Edward G. Robinson, a direção magistral de Billy Wilder, a trilha sonora de Miklos Rozsa e os figurinos Edith Head.


Billy Wilder faleceu em 28 de março de 2002 em Hollywood, devido a uma pneumonia. O diretor dedicou maior parte de sua vida ao cinema, escrevendo, dirigindo e produzindo filmes, enfrentando a censura, o moralismo e a perseguição para levar ao público mais do que entretenimento fútil. Wilder cumpriu a promessa que fez ao funcionário da embaixada norte-americana que lhe concedeu o visto em 1934 e permitiu que permanecesse em Hollywood: escrever “bons filmes”.



ABAIXO RELACIONO QUATRO LIVROS ABORDANDO A OBRA E A VIDA DO DIRETOR.



Entretenimento inteligente: o cinema de Billy Wilder, de Ana Lúcia Andrade. Editora da UFMG, Belo Horizonte, 2004.


Ninguém é perfeito: Billy Wilder – uma biografia pessoal, de Charlotte Chandler, Landscape, São Paulo, 2003.


Hollywood: Entrevistas, de Michel Ciment. Brasiliense, São Paulo. 1988.


Billy Wilder: e o resto é loucura, de Hellmuth Karasek, DBA, São Paulo. 1998.



RELACIONO TAMBÉM FILMES DE BILLY WILDER DISPONÍVEIS EM DVD:

Pacto de Sangue (Double Indemnity, 1944); Elenco: Fred MacMurray, Barbara Stanwyck, Edward G. Robinson.

Farrapo Humano (The Last Weekend, 1945); Elenco: Ray Milland, Jane Wyman, Howard Da Silva;

A Valsa do Imperador (The Emperor Waltz, 1948); Elenco: Bing Crosby, Joan Fontaine, Roland Culver;


Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950); Elenco: William Holden, Gloria Swanson, Erich Von Stroheim


Sabrina (Idem, 1954; Elenco: Humphrey Bogart, Audrey Hepburn, William Holden

O Pecado mora ao lado (The seven year itch, 1955; Elenco: Marilyn Monroe, Tom Ewell, Evelyn Keyes

Amor na tarde (Love in the Afternoon, 1957); Elenco: Gary Cooper, Audrey Hepburn, Maurice Chevalier.

Quanto mais quente melhor (Some Like It Hot,1959); Elenco: Marilyn Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon.


Humberto Oliveira

09 julho, 2007

O ALMANAQUE começa a semana com três dicas de dvds para você que acessou nosso blog. O primeiro é a refilmagem ASSALTO A 13ª DP. A segunda dica é XEQUE-MATE, filme com muita ação e com grande elenco. E ainda BABEL, com Brad Pitt e Cate Blanchet. Confira.

ASSALTO A 13ª DP - UM TURBILHÃO DE VIOLÊNCIA

Em 1977 John Carpenter realizou seu segundo filme, ASSALTO A 13ª DP, tendo como base o western RIO BRAVO (Onde começa o inferno), de Howard Hawks. Quase trinta anos depois o filme ganhou uma refilmagem dirigida pelo cineasta francês Jean François Richet e estrelado por Ethan Hawke e Laurence Fishburne.

A 13ª Delegacia de Policia está prestes a ser desativada, É noite de ano novo quando o sargento Jake Roenick (Ethan Hawke), um velho policial que vai se aposentar, Jasper (Brian Dennehy) e a secretária Íris (Drea De Marco) recebem a chegada de quatro presos, entre eles um conhecido gangster chamado Marion Bishop (Laurence Fishburne).

Os presos estavam sendo transferidos, mas com a nevasca forte, os policiais do ônibus que transporta os prisioneiros recebem ordem para passarem à noite na delegacia. Na verdade tudo não passa de uma armação para um acerto de contas entre Bishop e um policial corrupto, Marcus Duvall, seu ex-parceiro em negociatas e que envia um grupo de policias para matar o gangster e a todos que estiverem na delegacia.

Tão ou mais violento que o filme original, este ASSALTO A 13ª DP, apesar de esquemático e previsível, tem nas cenas de ação o seu ponto mais forte e com certeza irá agradar aos fãs de filmes policiais com tiroteios, explosões, mortes e algumas reviravoltas.

Apesar de contar no elenco com nomes como Ethan Hawke (Gattaca); Laurence Fishburne (A Caçada, Matrix); Gabriel Byrne (Os Suspeitos), Brian Dennehy (F/X, Assassinato sem morte); Maria Bello (Marcas da Violência) e John Leguizano (A Rocha) – o roteiro de ASSALTO A 13ª DP, escrito por James De Marco, não tem nenhuma preocupação de aprofundar os personagens, indo direto ao que realmente interessa, ou seja, a ação.

XEQUE-MATE É O NOVO FILME DO CINEASTA PAUL MCGUIGAN

Segundo alguns críticos, XEQUE-MATE, dirigido por Paul McGuigan (Os Gângsteres) é “uma mistura de OS SUSPEITOS com TEMPO DE VIOLÊNCIA”. Colocando de lado as comparações, XEQUE-MATE é um filme de ritmo acelerado que prende a atenção do espectador do início ao fim, graças a um roteiro que soma inteligência, humor negro, diálogos afiados e uma trama onde nada é o que parece.

XEQUE-MATE é um quebra cabeças envolvendo um jovem confundido com um devedor, Slevin Kelevra (Josh Hartnett, surpreendente); os gangsteres - O Chefe (Morgan Freeman) e O Rabino (Sir Ben Kingsley); um assassino infalível chamado Goodkat (Bruce Wills) e Lindsey (Lucy Liu), que se envolve com Slevin.

O diretor Paul McGuigan conseguiu reunir um elenco de peso em sua segunda incursão atrás das câmeras com destaque para Morgan Freeman e Ben Kingsley, sempre competentes em suas atuações assim como Josh Hartner, que surpreende com sua interpretação despreocupada e bem humorada. Quanto a Bruce Willis, apesar de seu jeito sempre “cool” de atuar, deve agradar como um frio assassino de aluguel. Aliás, Wills não pára de fazer personagens desse tipo como nos filmes – Refém e 16 Quadras.

FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE AS PESSOAS É O TEMA DE BABEL

Terceiro filme da trilogia do aclamado diretor Alejandro Gonzalez Iñarritu (Amores brutos, 21 gramas), BABEL tem como tema principal a falta de comunicação entre as pessoas. O filme se passa em quatro países – Marrocos, México, Japão e Estados Unidos, - e falado em pelo menos seis idiomas. Ambiciosa e porque não dizer, pretensiosa produção que tenta traçar um painel sobre a dificuldade de comunicação e contato e a desumanização das relações entre as pessoas no mundo moderno e globalizado.

Casal de americanos, Richard (Brad Pitt), Susan (Cate Blanchett) passando por crise conjugal por causa da morte do filho mais novo, realiza viagem turística através do Marrocos buscando salvar seu relacionamento. Durante a viagem Susan é atingida por um tiro disparado pelo filho de um criador de cabras chamado Abdullah (Mustapha Rachidi), que dá um rifle para os filhos com a intenção que eles protejam a criação de cabras contra ataques de coiotes. Um rifle dado de presente como forma de gratidão irá desencadear um conflito de proporções globais.

Enquanto isso a imigrante ilegal Amélia (Adriana Barraza), cruza a fronteira do México para ir ao casamento do filho levando duas crianças americanas. Com ela viaja também um sobrinho, vivido por Gael Garcia Bernal que acaba por causar sérios problemas para sua tia. No Japão a jovem surda-muda Chieko (Rinko Kikuchi) tenta vencer o isolamento e a frustração decorrentes do trauma ocasionado pela morte da mãe (que cometeu suicídio) e um pai ausente, participando de pequenos delitos, embriagando-se e se drogando com amigas e rapazes que conhece na rua, ela se joga nos braços de qualquer rapaz ou homem que encontra.

Alejandro Gonzalez Iñarritu venceu a Palma de Ouro de Melhor diretor no Festival de Cannes. BABEL acabou ganhando o Globo de Ouro na categoria de melhor filme e apesar das indicações ao Oscar de Melhor filme, diretor, atriz coadjuvante (Rinko Kikuchi), roteiro original (Guilhermo Arriaga), montagem (Stephen Mirrione e Douglas Crise), trilha sonora (Gustavo Santao Lalla) venceu apenas nesta última categotia.
Outras dicas de dvds que você pode locar são os filmes - MESTRE DAS ARMAS, com Jet Li; a comédia O PEQUENINO, indicado para fãs da turma que realizou TODO MUNDO EM PÂNICO; A CASA DO LAGO, drama romântico estrelado por Keanu Reeves e Sandra Bullock; O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA, filme que deu o Oscar de melhor ator para Forrester Whitaker. Mas se você está a fim de assistir a uma boa série, a pedida é a primeira temporada de LOST, sem sombra de dúvida a melhor temporada da badalada série crianda por J.J.Abrams. Agora é ir a PONTUAL, locar os filmes e boa diversão.

Humberto Oliveira


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