16 janeiro, 2007


Trilogias do Cinema e afins - Segunda parte

O espetáculo dos dinossauros e efeitos especiais

Na década de 90, Spielberg entregaria ao público o primeiro exemplar do que viria a se tornar uma nova “trilogia” – O Parque dos dinossauros (1993) baseado na obra do escritor Michael Crichton. Desta vez o público perderia definitivamente o fôlego com a perfeição espantosa dos dinossauros digitais criados para o filme. Uma legítima evolução nos efeitos especiais que iria possibilitar a produção de filmes como Matrix, Senhor dos Anéis e King Kong.

O Parque dos dinossauros como se esperava foi um grande sucesso de bilheteria em todo o mundo arrecadando 919 milhões de dólares. O sucesso possibilitou a realização de duas seqüências – O Mundo perdido e Jurassic Park 3, os dois primeiros dirigidos por Spielberg e o número três por um dos seus pupilos, Joe Johnson. O público ainda aguarda uma quarta aventura com os animais pré-históricos perseguindo e devorando humanos seja numa ilha ou na cidade.

O quase dono do mundo e das bilheterias

Parece que James Cameron não quer saber mais de fazer cinema, afinal de contas até hoje, quase dez anos depois de realizar Titanic, Cameron continua aproveitando os milhões que ganhou com a produção do filme estrelado por Leonardo Di Caprio em 1997. Pois é, onze Oscar, a maior bilheteria de todos os tempos (1 bilhão e 835 milhões de dólares), e ainda conseguindo empatar com Ben Hur que era o campeão absoluto (agora O Retorno do Rei entra para o time) dos vencedores dos prêmios da Academia. Mas nem sempre foi assim.

Quem acompanha a carreira de James Cameron, lembra do filme trash que ele dirigiu intitulado Piranhas II em 1984 com baixo orçamento bem ao estilo de Roger Corman de quem foi assistente. Neste mesmo ano ele iria finalmente dar o grande salto sua carreira. Seria tudo ou nada.

Cameron estava doente com trinta e nove gruas de febre quando teve um sonho com uma espécie de ciborgue. Daí nasceria à idéia para o filme O exterminador do futuro (1984) escrito e dirigido por ele e que alcançaria sucesso em todo o mundo e ganharia o grande prêmio do Festival de Avoriaz, em 1985. O roteiro é uma mistura de policial com ficção científica com efeitos especiais a cargo do especialista Stan Wiston,o mesmo de Alien, O Predador, Parque dos dinossauros entre outros. O filme também fez a carreira do até então pouco conhecido Arnold Schwarzenegger, que teria no ciborgue assassino T-850 o ponto alto de sua carreira. Schwarzenegger repetiria o personagem nas seqüências, O Exterminador do futuro 2 – o julgamento final, também dirigido por Cameron que realizou uma versão mais elaborada do primeiro filme, mais longo e com mais efeitos especiais; e Exterminador do Futuro 3 – a revolução das máquinas, que em minha opinião chega a ser melhor e mais divertido que o segundo, mas o primeiro continua imbatível. Neste último a direção ficou a cargo de Jonathan Mostow e James Cameron atuou como produtor executivo.

De volta ao cinema feito para divertir

Muitos filmes sobre viagens no tempo foram produzidos ( A máquina do tempo, Em algum lugar do passado), porém nenhum alcançou o sucesso da trilogia criada por Robert Zemecks e Bob Gale em De volta para o futuro, produzidos por ninguém menos de Steven Spielberg nos anos 80. O primeiro, realizado em 1985, fez sucesso apesar da desastrosa campanha de marketing em torno do filme. A história do filme todos conhecem. Marty McFly personagem perfeito para Michael J. Fox, é amigo de um excêntrico cientista chamado Emmet Brown, a quem chama de “Doc” e que acaba por inventar uma máquina do tempo movida a plutônio, que o amalucado doutor rouba de terroristas líbios, que logo descobrem e chegam justamente quando ele testa a máquina junto com Marty. Acontece um tiroteio. Marty consegue entrar na máquina e acidentalmente faz uma viagem no tempo voltando a 1955 quando passa a viver incríveis aventuras até conseguir voltar para seu tempo, inclusive acaba conhecendo seus futuros pais,o que gera muitas confusões.

Engenhoso, bem produzido, dirigido por um Robert Zemecks no auge da criatividade, um roteiro sensacional, elenco de primeira e um final que deixa caminho para uma possível seqüência. Segundo Zemecks o final na verdade teria sido uma brincadeira. Mas o filme fez tanto sucesso que em 1989 a segunda parte chegou aos cinemas e desta vez Marty e “Doc” acabam indo para o futuro, mais precisamente 2015, onde precisa salvar seu filho de uma enrascada. Muitas idas e vindas no tempo, presente, futuro e presente alternativo causaram confusão no público, mas mesmo assim De volta para o futuro 2 também fez sucesso. Os produtores, para economizar e ganhar tempo acabaram filmando simultaneamente a segunda e a terceira parte, quando os heróis vão para o western selvagem. Esta terceira parte resultou numa bem humorada homenagem ao velho western, Clint Eastwood, e clássicos como Matar ou morrer. Fez relativo sucesso e fechou todas as pontas deixadas abertas nos anteriores com chave de ouro.

A divertida truculência de um rato que virou policial

Em 1988 o ator Bruce Willis estrelaria um filme policial chamado Duro de matar dirigido por John McTiernan. Willis vinha do sucesso do seriado A gata e o rato onde era partner de Cybil Shepard e ninguém ou quase ninguém acreditava que aquele ator cheio de trejeitos, careteiro, cínico e irônico poderia ter futuro como ator de filmes de ação. Estavam todos enganados.

Bruce Willis é o policial nova-iorquino John McClane que está em Los Angeles para visitar a esposa, Holly Genaro que trabalha como executiva para uma multinacional. John chega ao Nakatomi Plaza onde acontece uma festa de natal. No entanto, um grupo de terroristas liderados por Hans Gruber, numa interpretação notável de Alan Rickman que num terno impecável faz todos de refém. John entra em ação. E todos sabem o que acontece a partir de então. Muitos tiros, mortes, ação incessante e seqüências de tirar o fôlego.

Duro de matar teria então mais duas seqüências – Duro de matar 2 (1990), dirigido por Renny Harlin. A história desta vez acontece num aeroporto que em meio a uma nevasca tem McClane entre os passageiros à espera de um vôo. Mais uma vez ali está John, sempre no lugar errado,mas na hora certa para enfrentar mercenários que planejam libertar um general que está prestes a chegar. Willis continua o mesmo do primeiro filme: reclama da situação, faz piadas com ele mesmo e entre uma ironia e outra, mata alguns bandidos só para variar.
Duro de matar 3 – a vingança seria realizado apenas cinco anos depois e desta vez com a volta de John McTiernan a direção. McClane está bem próximo de ser despedido quando é chamado por seu superior, pois um terrorista exige sua presença. John fica a mercê do bandido que é irmão de Hans Gruber, morto no primeiro filme e que parece querer vingança. Na verdade tudo não passa de uma nuvem de fumaça para disfarçar suas verdadeiras intenções. Mesmo não tendo empolgado muito, pois somente agora em 2007 uma quarta aventura está sendo produzida, Duro de matar 3 traz algumas ótimas seqüências e a participação de Samuel L.Jackson como um civil que ajuda McClane.

Continua...

Fotomontagem produzida e cedida pela jornalista Eliane Viana.

Um comentário:

Unknown disse...

Olá, Humberto. Como o mundo é pequeno, principalmente depois da Internet! Quem escreve é seu amigo de infância, José Barbosa, de Fortaleza. Estou morando em Teresina, onde sou professor universitário. Legal te ver. Se desejar entrar em contato comigo, estou no e-mail: josebarbosa@yahoo.com ou no msn: jose_barbos@hotmail.com.
Um abraço.